Mosquitos modificados criados pela ciência podem combater o Aedes Aegypti

Mosquitos modificados

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Mosquitos modificados geneticamente podem ser o principal controle de transmissão de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti.

Mosquitos modificados são a nova estratégia para combater o Aedes Aegypti, mas como isso funciona? 

Já se sabe que a dengue afeta milhões de pessoas no mundo todo, porém, não custa lembrar que se trata de uma doença viral. Ela é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que habita áreas tropicais e subtropicais.

Alguns dos principais sintomas da Dengue são febre e dores musculares e podem evoluir para quadros mais graves, como hemorragia intensa e choque hemorrágico, especialmente em quadros de reinfecção.

Para saber tudo sobre a doença, clica aqui e veja nosso artigo sobre Cuidados com a Dengue: o que fazer para evitar contaminação?


Fonte: Hashimoto,2016

Mosquitos modificados: o que são os Aedes do Bem?

O que os médicos e cientistas percebem, aparece explicitamente em dados da situação epidemiológica de um ano para o outro: os números continuam alarmantes e algo precisa ser feito para mudar esse quadro.

E uma das soluções mais recentes vêm da biotecnologia. 

Cansados dos inseticidas e produtos químicos, os cientistas estão usando a natureza para lidar com a natureza. Sabe-se que o mosquito que pica e transmite doenças é sempre o mosquito fêmea. Baseado nisso, foram criados em laboratório mosquitos machos geneticamente modificados.

Os chamados “Aedes do bem”, compõem um produto que, quando aberto, libera mosquitos Aedes Aegypti machos. Esses mosquitos modificados estão programados geneticamente para acasalar com as fêmeas e gerar somente descendentes machos.

Sendo que os mosquitos fêmeas nascem, mas não chegam à fase adulta. Tal fato, aliado a constante liberação do produto no meio ambiente, ocasiona uma redução local da espécie.

De forma geral, os mosquitos modificados são capazes de transmitir o gene autolimitante à metade de seus descendentes machos. Nesse processo, o gene ainda deve persistir mas, claramente, tende a diminuir ao longo das gerações. 

Como usar os mosquitos modificados?

O processo é bastante curioso, já que os mosquitos modificados nascem com suas células desreguladas. Então, ainda em laboratório, essa disfunção é curada com o uso do antibiótico tetraciclina, que funciona como um “antídoto”. 

Sendo assim, os mosquitos modificados vão crescer e chegar à fase adulta, mas ao cruzarem com fêmeas selvagens, terão descendentes com déficits genéticos. E por estarem ao ar livre, não terão o “antídoto” para solucionar o problema. Consequentemente, muitos morrem ainda em fase larval. 

Quem criou os Mosquitos do Bem?

Inicialmente a ideia surgiu de uma empresa britânica, mas foi desenvolvida aqui no Brasil. Situação explicada pelo potencial de acesso dos mosquitos modificados a criadouros de difícil acesso. 

Vale ressaltar que outras doenças também estão no foco do produto, como Zika, Chikungunya e Febre Amarela, já que todas essas são transmitidas pelo mesmo mosquito. 

O Aedes do Bem é uma solução não tóxica e não alergênica, que tem como alvo somente o mosquito que transmite o vírus da Dengue. 

É importante frisar que outros insetos não são afetados pela sua ação, como, por exemplo, as abelhas. O produto é considerado seguro, recebendo aprovação de biossegurança em 2020 da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). 

Como os mosquitos modificados se parecem?


Fonte: Correio 24 Horas

A olho nu as diferenças entre os transgênicos e os selvagens são imperceptíveis. Apenas ao usar um telescópio será possível notar que os mosquitos modificados, assim como seus descendentes, possuem um marcador genético. 

Essa ferramenta é importante no desenvolvimento da tecnologia e para a obtenção de dados para aprovação. 

Como tudo começou?

O projeto teve seu início com caráter totalmente experimental. Sendo assim, em Piracicaba (SP), cidade que foi usada para teste, a empresa responsável soltava cerca de 1,5 milhão de mosquitos modificados em um pequeno bairro, com população aproximada de 5 mil habitantes. 

Durante as fases de teste dessa tecnologia, cerca de 18 milhões de insetos transgênicos foram liberados no meio ambiente. 

Como o Aedes Aegypti não é natural desse continente, já que veio do Egito, na África, as alterações de quantidade não alteram o equilíbrio natural do meio. Dessa forma, até a ideia de erradicá- lo é plausível, sendo que, com ele, nenhuma outra espécie irá sucumbir.

Assim, os esforços em prol da saúde e bem-estar das pessoas devem caminhar em conjunto. Dessa forma, vale ressaltar que, além dos esforços das indústrias farmacêuticas e biotecnológicas, é importante que cada indivíduo siga os devidos cuidados evitando a proliferação do mosquito. 




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